Insatisfeitos com a suspensão da greve, obtida em votação na Assembléia Geral Extraordinária dos servidores do judiciário baiano, um grupo organiza um "motim" para realizarem o que chamam de "Operação Padrão".
Esta consiste em:
AO ADERIR A OPERAÇÃO PADRÃO, VOCÊ TRABALHARÁ DE ACORDO COM A LEI:
- Não faça nada às pressas.
- Siga as normas e legislações existentes.
- Exerça apenas a sua função.
- Não trabalhe por dois ou três, em razão da falta de funcionários.
- Não faça horário extraordinário.
- No balcão atenda somente uma pessoa por vez.
- Peça ao advogado, estagiário ou parte que se identifique.
- Utilize apenas equipamentos do cartório para trabalhar e das secretarias. Não use equipamento próprio.
- Os autos sempre CONCLUSOS AO JUIZ.
- As audiências marcadas somente APÓS o Despacho do Juiz.
- Datas de audiências, somente após Despachos.
- Que profissionais cedidos por prefeituras, comissionados e estagiários sejam dispensados.
- Que os Técnicos, Digitadores, Escreventes e Atendentes dêem uma pausa de 10 minutos a cada 50 minutos trabalhados.
- Advogados e partes do processo, acesso aos autos somente com a apresentação de documento original.
- Que os juízes façam o que lhes é da sua competência (Despachos, Sentenças, Ofícios, etc.)
ATENÇÃO!! Informe aos advogados e as partes a razão da operação padrão, fale principalmente:
- das condições de trabalho;
- do plano de cargos e salários;
- da defasagem salarial frente a inflação;
- alerte que não é aumento, é reposição da inflação (art. 40 inc. X da C F);
- do CALOTE OFICIAL do Poder Judiciário pelo não pagamento das GEE, licença prêmio e férias não gozadas;
- da falta de servidores em número suficiente para a melhor prestação dos serviços;
- da AMEAÇA DE DEMISSÃO DOS PROBATÓRIOS E NÃO ESTÁVEIS para beneficiar os Comissionados e os REDA.
- da falta de equipamentos e suprimentos.
ENCAREM POSITIVAMENTE A ESSA PROPOSTA!!
Abraço a todos,
Allan R L Andrade
Ilhéus - Bahia
Dessa forma esse grupo planeja dar sua contribuição para que a justiça na Bahia seja mais lenta do que já é, com o agravante de ainda culpar o TJ-BA por isso.
Em São Paulo os servidores do judiciário também aderiram à operação padrão.
Segundo o site Diário da Franca:
Muitos advogados de Franca se mostraram preocupados com a ação dos servidores. A OAB SP vê com preocupação a operação-padrão realizada pelos servidores do Judiciário a fim de pressionar o TJ-SP a conceder a reposição salarial de 14,42%.
“A OAB SP teme que essa mobilização dos serventuários da Justiça por reposição salarial resulte numa nova greve dos trabalhadores da Justiça estadual, o que traria danos irreparáveis para a sociedade e para a advocacia”, diz o presidente da OAB SP, Luiz Flávio Borges D´Urso.
O presidente da Seccional paulista lembra que em 2004 ocorreu a mais longa greve do Judiciário de São Paulo, de 91 dias, por reajuste salarial e melhores condições de trabalho. Na época, 12 milhões de processos ficaram parados, 600 mil sentenças não se efetivaram e 400 mil audiências não foram realizadas.
“Embora consideremos legítimo o pleito de reposição salarial, não podemos apoiar uma paralisação dos servidores do Judiciário, visto que as greves anteriores foram desastrosas para a advocacia e para o jurisdicionado. Esse problema precisa ser contornado pelo diálogo entre os servidores, o Tribunal de Justiça e o governo”, advertiu.
Espera-se que a OAB da Bahia não fique apenas na constatação desse fato mas que junto com os demais segmentos da sociedade reajam contra esse posicionamento anarquista de um grupo do segmento.